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Porque não se pode conter

Atualizado: 18 de ago de 2023





PORQUE NÃO SE PODE CONTER


Porque não se pode conter

O silêncio talhado no pôr do Sol

O cheiro da brisa serena de uma tarde nublada

O grito calado ecoando dentro do peito

A transitoriedade das estações


Porque não se pode conter a tempestade

A onda que bate na pedreira

O eco daquela palavra já lançada lá no vácuo do tempo

O espetáculo choro da cachoeira

O desmoronar da fortaleza

A ira do vulcão

O sopro da vida

O renascer do Sol


Porque não se pode conter o inesperado

O arrepio na nuca

O palpitar

As entrelinhas

O flagrante de um olhar desviado

O sorriso no canto da boca

A verdade estampada na íris

A explosão de uma rosa em botão

O suspiro anunciado

A mágica de um beijo apaixonado

O apelo de um coração dilacerado


Porque não se pode conter

Uma lágrima represada

A sede de sentir

A liberdade de pensar e sonhar... e sonhar... e sonhar...

Porque não se pode conter uma saudade

Que canta baixinho ao pé do ouvido


Porque não se pode conter

A fúria de uma nação

A união de um formigueiro

O coro inflamado da multidão

O impacto de uma chuva de janeiro


Porque não se pode conter

A verdade que pulsa latente

O tempo

O fim


Porque não se pode mudar o rumo dos ventos

Porque não se pode mudar o rumo dos ventos

Porque não se pode mudar o rumo dos ventos


Autor: Élisson Rodrigues

Música de fundo: Violetas ao vento (Autoria: Élisson Rodrigues e Federico Klurfan)

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